segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sabe o que eu percebo?

Que tudo não passa de um grande desentendido. Não um tudo específico, de uma só situação. Nem um abrangente demais. Definiria bem limitando-o às relações humanas. Mas isso lá soa como limitação? Veja que não é coisa pouca. Meu tudo engloba o mais importante. Qual outro conjunto tem tamanha aptidão para o imprevisível? Os animais? Se tem, não sei, não cato. Parecem tão presos ao 'nascer, crescer, reproduzir e morrer'. O homem é mais sacana, tem sorriso torto, tem pretensão. Sabe do seu potencial para estar no controle. E se esse ainda não é completo, puro charme do tempo, que ainda não veio. Deixou de ser animal há muito, virou deus e sabe disso. Mas um temperamental, cheio de si. Gosta de impor sua opinião, e se satisfaz com o poder limitado - mas crescente - que possui. Não tem a resposta de onde veio, mas isso importa? Sabe que cresce, ótimo. Reproduz se quiser. E morre. Mas espera só mais um pouco, ah espera...!

Pobre dos animais. Eu aqui desfazendo de suas manhas. Não me entendam mal. Gosto deles, mas não estou falando aqui de beleza ou empatia, mas de capacidade. Já enrolei tanto que não sei se lembram, mas falo de desentendimentos. Vêem como pareço soberbo ao falar isso tudo? Não sou. Julgam-me pelas palavras que digito, mas não é pra menos. Pois se eu, com puro pensamento, já me digo soberbo e ponho em suas cabeças, leitores, como não me achar vulnerável por coisas palpáveis como meu texto? Eu mesmo releio o blog várias vezes e já não entendo tanto algumas frases. E, quando lembro, me sinto mais escancarado ainda à interpretações. Não escapo nem das minhas! Mas é só uma constatação, não um receio. O que posso fazer afinal? Parar de escrever? Tolice. Não sou apenas isso aqui, e muito menos é algo que se possa blindar. “Penso, logo julgo”. É inevitável, inconsciente, natural. Considerando estar certo - para servir de exemplo -, não pontuaste minha soberba em voz alta. O pensamento apenas acompanhou minhas linhas, sem controle, sem parcialidade real. Puro tempero humano.

Todo esse enfeite é porque hoje avaliarei meu blog. 
 
Ainda não sei como trato esse espaço. Sei que tudo que de mim sai é deliciosamente genuíno. Escrever aqui é como estar de frente para o espelho. Eu falo pra mim, olhando na minha cara! E esse rosto me acompanha por tanto tempo... fito bem fundo em seus olhos todas as manhãs. E me retribui com tanta simpatia! Estou tão ligado ao meu interior, passo tanto tempo comigo, que nada escrito aqui sai com esforço. Tenho tudo mastigado, saboreado, engolido, digerido. Estou apenas... vocês sabem!

Percebo um excesso de pessimismo. Para correção, afirmo ser sereno. Passo por uma fase turbulenta, mas me sinto bem estando ciente disso. E no centro do furacão, mas mantendo os olhos abertos. Gosto de ser esclarecido, não me escondo de temas, indagações. Não atribuo respostas incertas. Prefiro deixar perguntas de molho, trabalhar minha capacidade e voltar à elas.

E gosto de quando cantando escrevo. Passei um tempo pensando dessa maneira, como uma mania incontrolável. É gostoso, dá ondulação ao texto. Torna-o risonho, tira-lhe a seriedade e vai junto dela a pressão por perfeição. Aproximo-me mais da arte, da fluidez, da cultura popular, da boca do povo. O valor de vê-lo dançar em seus lábios, e ainda se deliciar imaginando a melodia que sai de outras bocas, de outras interpretações musicais. Cantarolarei bastante ainda.

Vejo algumas forçações de barra. Mas mesmo elas me fazem sorrir. Estão em meio a coisas incrivelmente belas, e tudo está dentro do planejado. Este blog é o que eu sempre soube que poderia fazer, com as devidas margens de erro. E cada post é um tapa na minha cara, dos que pegam em cheio, com minha própria mão. Sempre me prometi essa surra, as vezes me espanto por ela já ter começado. Como eu mudei com o gostinho da minha conquista! E estou ávido como nunca por continuidade, por conhecimento, por crescimento! Tomando gosto pela tentativa, já não me falta nada. Vejo que nunca faltou. Talvez apenas me ver em palavras e enxergar a beleza que sempre existiu por trás da minha matemática sensorial altamente subjetiva.

Cansei de escrever. Gosto dessa liberdade e vou fazer valer meu direito. Estou sim sendo visto. Muitos gostaram da minha empada. Tive mais de duzentas visualizações e sessenta visitantes únicos em quase duas semanas. Muito mais do que esperava. Podem continuar a análise pra mim nos comentários? Usem o anônimo e xinguem à vontade. Só sejam sinceros.

6 comentários:

  1. e os desentendimentos, onde se esconderam no texto?!

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  2. Nada como uma surra bem dada.

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  3. os desentendimentos deram passagem ao meu entendimento. A primeira parte do texto é para esclarecer as imensas possibilidades que eu dou ao me apresentar como texto. A segunda, é a minha interpretação.

    Os desentendimentos não se esconderam. Não os conheço, na verdade. Por isso pedi para que participassem nos comentários. É aqui que eles aparecem.

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  4. E nada como uma auto surra! Qualquer outra não importa. A não ser que também leve à uma auto surra haha

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  5. Pense comigo… O que causa o desentendimento entre as pessoas? Por base, é a diferença de opinião.Uma convivência sempre levará ao entendimento ou ao desentendimento. Basta haver uma questão a ser discutida. E quando há uma convivência mais freqüente,é inevitável!
    O seu texto é bem claro... continue escrevendo.
    Não estou foçando a barra...Rsrs.

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  6. Concordo e muito!

    Foi o que tentei passar no texto. Será que consegui isso pra todos? :)

    que bom que achou claro! Como sempre, pura interpretação. Já ouvi exatamente o contrário! haha

    obrigado por comentar

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