domingo, 25 de março de 2012

Crítica à autocrítica

Diversas questões me levam a estar aqui agora. E lembro bem, já na primeira postagem - ainda com um cambaleio que hoje me envergonha um pouquinho - dizia ser de questões tudo isso aqui feito.

Questões como a própria vergonha e o desamparo, o alerta do medo, a tristeza e a solidão... - desde o princípio são pautas minhas, tanto que as poucas críticas que recebo (dos também poucos que me dedicam atenção, e não só olhos) são relacionadas a um peso excedente nas costas, uma melancolia presente no corpo completo, o que certamente me torna mesmo um tanto aborrecido...

Mas eu nunca liguei para isso. Vejam que escrevi mais e da mesma maneira outras vezes - e não pensem que não sei bem o que eu sou ou pareço: tudo o que sai daqui é devidamente estudado, pois o próprio ato de escrever é um estudo de si mesmo. E há como, portanto, não respingar textos com um pouco de água podre?

Deveria até sujar mais, imagino...
Não que eu seja fétido - pois o que chamo de malcheiroso é apenas meu ser conflitante: essa pluralidade de pontos de vista vinda do saber e pensar demasiado...!
Mas isso não é estar no início de um rumo para a loucura?!...

Pois bem. Hoje, mais uma vez, tiro (ou tento) um tempo para estar aqui em comum acordo - essa é a regra para escrever: tantas vezes duvido de mim, tantas outras me culpo ou mastigo remorsos, que venho quando preciso de bons desabafos - então sento e barganho o quanto disponho de sinceridade por hoje... (e qualquer coisa do que sou já me satisfaz...)

Mas quem olha de longe e me vê calado não suspeita que eu também assim seja para mim... não sou um cara fácil... são poucas as vezes que estou de prontidão (mesmo comigo, mas não apenas...) - meus amigos já percebem, meus pais sentem, e por que eu não saberia?! - Logo eu!... uma bela máquina de picotar, separar, refogar, salgar e consumir (Tudo de mim)! Não é surpresa que eu tenha indigestões: quanto tempero e quentura!... quanta pressa e desejo torto!... quanta comida!!

Resumindo: eu sou um incomodo próprio!
Um auto-divergente e amador das discrepâncias... um astuto crítico de mim mesmo

E desta vez em pergunta: logo eu?!...
Pois que saiba dos sulcos no meu peito e dos rastros na memória... ou do cheiro do meu caráter - em suma - dos desejos aninhados às ambições megalômanas (... que saiba de mim!), é natural...

Mas continuar estocando insensatez, e dando ouvido amigo à histeria das minhas próprias risadas?
... pra que esse desdém?
E eu, onde fico?

2 comentários:

  1. Guitar Master of the Universe26 de março de 2012 às 02:35

    Isso é estar em contato consigo e é dificil... Se o conhecimento aumenta o sofrimento, imagina o auto-conhecimento, não?

    Além do mais, acredito que a relatividade do tempo e da realidade são análogas. Ambas passam e são percebidas de maneiras diferentes de acordo com a profundidade masoquista de cada momento. :)

    Aproveito o título para fazer uma crítica a Vinguanisse afiada. Show up man!

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  2. "Guitar master of the universe"... i really need to listen your intergalatic songs!!! hahaha

    Saudades... ando muito desleixado pro meu gosto!

    i'll contact your planet

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