quarta-feira, 14 de março de 2012

A porta conveniente

Com esforço seguravam os olhares.
Deviam só ao protocolo; do contrário, haveria ele de derrubá-la ali mesmo, naquela mesa, com as próprias pessoas em volta, para que admirassem o vigor de seus corpos pulsantes, embanhados num mel de volúpia e suor.

E mal resolveu reservar sua loucura, surgiram-lhe outras. Pois notou a formosa bem perto de si... arrastando-se um pouco... deixando carícias...
- para tomar seu juízo!

E num arrepio, pegou-a na mão bem de leve e por pouco não escapa. Olhou firme e sem palavras - como pedem os bons momentos.

Fez tão bem que tomou um sorriso sincero e quase agarrou todo o resto. Mas ela soltou-se, arrastando suave suas mãos pela dele, pra atingi-lo tão fundo que entendeu a resposta sem nem a pergunta.

Mas que a deixasse mesmo ir agora...
Suspeitou que devessem esperar dissipar essa nuvem de olhares, ou que de última hora saíssem mais cedo por certa urgência inesperada... e sincronizada... -  e por sorte no mesmo horário, vejam vocês!...

Mas eis a surpresa, foi quando a princesa manteve os olhos nos seus em todo o trajeto de volta, parou no degrau de uma porta, por mais de um minuto o mordeu à distância e entrou. E ele, já tão sem juízo, deixou-se imergir nessa fome voraz e foi atrás.

Subiu uns três lances atrás da ligeira, e chegou ofegante a um quarto completo. Uma cama bem grande e vistosa, cortinas bailando ao vento... perfumes variados por todos os lados, com velas acesas e a bela ao centro.

Estava deitada de lado - com as curvas que deixam-no louco - com o braço apoiando a cabeça e o sorriso de agora a pouco. Esperou o transe do rapaz, cujo o sonho deixou amarrado. E o encanto só foi afastado quando ela chegou mais pra trás, estendendo e abrindo seu corpo... e aí não aguentou...

Em um pulo ele já estava em seu rosto, num beijo tão forte que tirou-lhe um gemido. Um leve pudor a censurou um instante, e virou-se pro lado com vergonha da entrega. Mas o rapaz era entendido, e a fez um carinho com a boca, beijando aos poucos seus cantos do rosto, e a sentiu derreter-se de volta ao seu colo.

E baixinho jurou umas coisas bonitas, carinhoso prelúdio pra outras, sacanas... Esgotando as palavras, perdurou no ouvido, desta vez com mil línguas por todos os lados...
E agora já estavam suados, imergidos num fogo soberbo lambido de dentro pra fora, enquentando até dentro do útero... com esplendor que excita e vigora!

...
A quentura do aperto dos corpos culminou em um êxtase intenso
...

Secaram expostos ao tempo,
vestiram as peças tiradas,
desceram pulando as escadas;

e atraídos pelo bom proveito
do frescor que um vento empresta,
agora com cheiro de amor, voltaram à festa.

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