sábado, 16 de junho de 2012

Síndrome de Robin Hood

Vamos ver o que ainda posso fazer... pois esse tempo fora de casa me trouxe alguma doença de estrangeiro, e eu nem sei se escrevo mais...
- mas isso sempre foi desculpa. E, portanto, estou aqui...

Eu que sou abrigo de um verme que consome a minha mais útil forma de exclusão: a que se aplica quando, de fato, estou só. Ele me contamina com o pleno senso de simplicidade no entendimento da existência do ridículo, do injusto, até mesmo do feio, e se pratica bem junto ao meu instinto - acabando por imunizá-lo contra toda a forma de indignação.

Em suma, ao entender que tudo veio a ser (em negação ao aclamado "É"), não para de mudar, e, em absoluta maioria, por cursos e motivos distantes do alcance de qualquer influência, a indignação (enquanto hábito) e o rancor me parecem atitudes bem baratas...

Mas apesar de ver nisso uma evolução, um sinal verde ao aprendizado, parece que o preço sou eu. E a própria analogia do verme já compreende essa imagem: com ele engordando a base de goles nos fluidos e essências vitais do meu corpo.

E tudo isso é traduzido em uma inexpurgável fraqueza de opinião, que me leva a querer decidir sempre como um político bom, em respeito a um tipo de fardo que me impele a virar mesmo um - e com isso a confundir o senso comum com o próprio, e a nem me consultar sem antes ter consultado alguém (ou seja, estar contaminado).

Esse é o lar perfeito de toda a compaixão doentia e remorso qualquer, embora eu não seja tanto assim...
- mas porque ainda luto!, imagino o quão mais fechado eu seria se não...

Pois a todo momento estou aí, posto à prova;
e se eu não estivesse sempre em guarda contra esse bicho da sedução (por estar seduzido!), contra essa síndrome do Robin Hood!, ficaria sem dinheiro...
(pois ele ainda é ladrão - e nem isso eu sou).

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