quinta-feira, 6 de março de 2014

Cerejeira

Minha carne ainda inflama
por aquele seu último toque:
quando tuas unhas eram de lama,
e, com os anéis enferrujados,
seus dedos me deram um choque...

Ah, que triste despedida!!
Tu, de cotidiano vestida,
a fechar nossa cortina...
O inverso que há no mundo
da gueixinha esparramada
que aromava minha rotina...










Seguiu que
me plantaram em um prato raso,
cercado por flores de vaso:
de vista a só cores gritantes
e hastes só duras -
nada como seus pés tão vibrantes
e as suas ternuras...

...

Mas está bem, 
eu devo crescer também.
E quem sabe eu atinja
o esplendor de minha copa
para que em riste, 
com a visão do sol
e em nada triste!,
renasça o amor em mil ninhos -
nem que dos passarinhos...!