sexta-feira, 4 de julho de 2014

Café da manhã














Eu sou como o leite ebulindo,
namoro a panela, estou a dançar...!
Encapa-me a folha de nata,
nos juncos da lata eu evolo no ar!

E vou a cantar... no que,
então, em bafo e lamentos
de um silvo bem rouco,
anunciam a sanção:
ardido ao gosto do teu paladar!

Já no teu paladar eu 
desdobro em menores,
no forro da língua eu 
exalo calores,
tomados teus túneis, os
encho de amores,
te dobro nas pontas e...
volto ao cochilo.

Que conforto
no retiro 
desta pálida - tua voz!... 
salpicada de café,
de chamego à melodia
que te brinco num bom dia'
(e tu levas como a fé).

Mas amor, eu repito,
quase nada é poesia!
Dê ouvidos ao apito.