segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Já viu a hora?!

Pretensão é achar que entendem minha loucura. Escrevo fundo no que fundo eu cavo, deixo tudo esburacado e não encontro o que procuro. Que falta de capricho... preciso do que assente e aproprie para cultivo. Ou continuarei cumprindo ordens infames, indignas de um agricultor da minha estirpe.

Chorei de novo e ninguém viu. Não mais tão forte, mas acontece: quando então, deixo-me levar, ou não o entendo...; Como o inexistende vira causador? Inexiste o amor, inexiste a dor. Mas lê-los já faz sentir. Libertam o colorido... mas por que não regulado? E tamanha permanência? Não há nisso uma implicância? Um tom maldoso que persiste em nos convercer da sua força, e se hospeda como pura prova - contínua e cruel - do seu domínio?

E alguém mais dirá que disso aqui sai só tristeza... Deixe de tolice. Não sente um sangue neutro se esbaldando em artimanhas, bancando um valor no qual acredita, usando o que tem dentro como uma forma de poder? Deduza que eu faça uso, e não que deixe ser usado...

Para os que leêm até aqui, é obrigatório comentar. O anonimato é livre, veja só: dou-lhe o único poder que o homem realmente quer, e você têm a sem-vergonhice de abaixar a cabeça para não ser notado?!... eu to te vendo!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Quebra a cabeça

Dizia Nietzsche que sua desenvolta eloquência literária era fruto da maturidade frente ao que era dito. Não só por enxergar de patamar elevado, mas possuir pleno manuseio das causas tratadas, pois, tendo superado o agente do incerto - e, nesse caso, as verdades são ajudas insípidas -, torna-se o homem um senhor de si mesmo; seu olhar elevado enxergaria as fronteiras, e, se os encaixes parecem sempre distintos e bem acomodados, é pelo fato de já ali estarem, pelo teste ou imposição, e parecendo agora regra, mantendo com vigor cada um de seus espaços como se fossem reservados, como se fossem seus. E diante desse limite enevoado, surge o medo. Conta que, atraido pelo seguro, e desapegado da escolha, o homem abre mão do mundo à sua maneira, e, de míope, joga - e termina gostando de jogar - pela regra que já existe, com impressão de que nessa persistência deve haver algo de vigoroso, sublime e, logo, forte e digno de ser seguido. Mas que não passa de um árido delírio pelas convenções, pela aposta fácil - e ganho medíocre -, por coisas que foram ouvidas, e do ouvido foram direto à boca, e não à mente. Porque a própria mente é fundada em tantas normas emaranhadas - e, nisso, o numeroso mais atrapalha -, que dentro de si parece ter resposta para tudo, como em um quarto bagunçado, com muitos itens e de todos os tamanhos e cores, que, se num olhar distraído parece uma boa fonte de onde tudo jorra ou pode, no fundo é apenas caos.

E no caos nos conhecemos. Que se note...é a todo momento. A força das representações (tudo) arremessa sem dó esse bando de frágeis seres, tão ligados ao que dizem, surtados pelo que criam, mortos pelo que acreditam... e acreditam em tudo! - ó, sim... isso é pecado! São tronos de contradições, mas não se percebem. E... isso se deve dizer... nem mera característica é. Incoerência também é evidência, talvez a mais natural que se chegue por nossas vias. Diante disso, me divertem os clamores, mesmo os meus.

deixe-me, rigor!
postula o que tu acha
mas não cobre isso de mim.
não tenho em ti um fim
no que quero ao meu futuro,
suas amarras são um muro
que reprimem meu amor,
e me fazem ter louvor
pelo que está lá fora.
vai-te embora!!
e me deixei ir também...